GÊNEROS TEXTUAIS





Nesta página ficaremos sabendo como são os gêneros  textuais que são utilizados nos textos jornalísticos

Estaremos construindo durante as Oficinas:


  • Artigo de Opinião
  • Bilhete
  • Carta do Leitor
  • Historia de Vida
  • Historia em Quadrinho
  • Notícia
  • Pesquisa de Opinião
  • Poesia
  • Reportagem
  • Texto de Opinião
  • Texto Informativo
  • Texto Publicitário

 Vamos iniciar com o:


 Artigo de Opinião



    Emitir opiniões é algo que fazemos rotineiramente de forma verbal ou, menos frequentemente, escrita. Não existe cidadania se não temos opinião sobre a situação da nossa comunidade, do país e do mundo, sobre nossos direitos e deveres, sobre a ação do poder público. Mas também temos opinião sobre o desempenho do nosso time de futebol, os acontecimentos do trabalho e da escola, a novela...

   Podemos emitir opiniões à toa, na base do "eu acho", ou reforçá-las com argumentos e informações convincentes. Emitir opiniões com bases sólidas é uma competência social básica para o indivíduo, que passa a ter melhores condições de defender seus pontos de vista e interferir nos rumos dos grupos e comunidades que integra. A sociedade também ganha quando

as pessoas expressam opiniões fundamentadas, pois para argumentar é necessário refletir e se informar, e pessoas reflexivas e informadas constituem, com certeza, cidadãos(ãs) mais capacitados(as).

Por outro lado, para argumentar com eficácia é necessário desenvolver uma atitude de observação e investigação, o que leva o indivíduo a explorar diversas áreas do conhecimento.

Conforme o material de apoio fornecido para a elaboração do Jornal Escolar, serão apresentados os elementos principais do gênero textual jornalístico:

Artigo de opinião.

(em construção)...




Notícia

  O jornalismo encontra sua legitimidade na transmissão de informações desconhecidas pelo público. Compramos jornais e revistas - ou acessamos na internet - ouvimos e assistimos aos noticiários, porque estamos interessados em saber o que acontece no mundo. A notícia é o principal gênero textual utilizado pela mídia para esse fim.
Para a escola, publicar um jornal é uma oportunidade para se construir  uma lógica informativa, explorando as inúmeras notícias produzidas na comunidade pelos agentes econômicos, culturais e sociais que interagem nesse espaço.
A notícia é um gênero textual jornalístico que trata de um acontecimento ou fato desconhecido do público.
Por outro lado, nem toda informação, mesmo desconhecida do público, é notícia. A tabela com os horários de saída dos ônibus, por exemplo, não é uma notícia. Notícia seria a alteração dos horários.

Como se escreve uma Notícia?

A  pirâmide invertida ilustra  a técnica tradicional

de redação de notícias, que começa pelas informações mais importantes e segue com os complementos.
 É uma ordem muito distinta da novela ou do conto, onde o autor geralmente guarda o mais importante para o final. Na pirâmide invertida, o primeiro parágrafo é
chamado de LIDE (versão aportuguesada do inglês lead, que significa liderar, conduzir). O lide tem como função introduzir o leitor no texto e prender sua atenção.
Há dois tipos básicos de Lide (Manual de Redação da Folha de São Paulo):
- o noticioso, responde as questões principais em torno de um fato (o quê, quem, quando, como, onde, por quê);
- o não-factual, que lança mão de outros recursos para chamar a atenção do leitor.

O LIDE NOTICIOSO responde, de maneira concisa, às seguintes perguntas (não necessariamente todas, e não necessariamente nessa ordem, isso dependerá do jornalista e do assunto).
* O quê? * Quem? * Quando? * Como? * Onde? * Por quê?

Para o outro tipo de LIDE (não-factual) não existem fórmulas nem “dicas” para ajudar a memória, pois utiliza recursos de tipo literário. Requer discernimento e bom texto.
Utilizaremos apenas o LIDE NOTICIOSO, que propicia aos alunos a oportunidade de desenvolver a capacidade de síntese, fundamental para a produção de bons textos.

Análise de um Lide Noticioso:  Museu de Paleontologia será reaberto

O Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, da Universidade Regional do Cariri (Urca), será reaberto amanhã, às 17 horas, depois de um ano fechado para reformas. A reinauguração contará com a presença do secretário da Ciência e Tecnologia de Ensino Superior do Estado (Secitece), René Teixeira Barreira, e autoridades caririenses.

Quem?  fica implícito, as autoridades do Museu, que organizam a solenidade.
Quando?  amanhã (9 de julho 2010).
O quê?  reabertura do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri.
Como?   contará com a presença do Secretário da Ciência e Tecnologia de Ensino Superior do Ceará (Secitece), René Teixeira Barreira, e autoridades caririenses.
Onde?  Santana do Cariri
Por quê?  Depois de um ano fechado para reformas







POESIA

O vasto mundo da poesia


      Fragmentos de poemas são os primeiros textos conhecidos da maioria das culturas antigas. É provável que sejam transcrições de obras criadas antes da invenção da escrita, pois nas sociedades de cultura oral, a poesia teria sido o meio de transmissão de mitos e histórias – a memorização é facilitada pela rima, métrica e ritmo. Essa função social da poesia foi muito importante. Desde a Antiguidade, até a Idade Média, pessoas tinham como profissão circular de cidade em cidade recitando poemas para a população, com acompanhamento de instrumentos musicais, tradição que os cantadores e repentistas ainda mantêm no Nordeste do Brasil.
     O poema mais antigo conhecido é a Epopeia de Gilgamesh, criado por autor ou autores desconhecidos no terceiro milênio antes de Cristo, na Suméria – situada nos territórios do atual Iraque. Outros antigos poemas são os épicos gregos Ilíada e Odisseia, os iranianos Gathas Avesta e Yasna e os indianos Ramayana e Mahabharata.

***
     A poética é a área do conhecimento que estuda a essência e a estética da poesia. Na cultura ocidental, essa reflexão começou com os filósofos gregos, principalmente Platão e Aristóteles, quatro séculos antes de Cristo.        Poesia e poema são entendidos comumente como sinônimos, mas não são. 

      A POESIA é a arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados. O POEMA é uma obra em verso ou não em que há poesia (Dicionário Mini Aurélio Século XXI). A poesia é, portanto, o gênero. Poema é uma obra realizada dentro das regras do gênero.

     A palavra poesia também tem um significado difuso: ela expressa um estado da mente, uma sensibilidade que ultrapassa o racional. Podemos experimentar uma sensação poética ao contemplar a natureza. Um pintor ou um fotógrafo, por exemplo, podem conseguir captar poeticamente a expressão de um ser amado.


   Seja como for, "As concepções de poesia são muito diversas, variam conforme as épocas, os países e os autores. Defini-la é, para alguns, quase sacrilégio e não se pode dar mais do que uma ideia aproximada  da sua natureza instintiva e irracional. O encantamento não é suscetível de racionalização: a poesia é fruto de um arrebatamento, de uma paixão de um delírio que a lógica não consegue apreender."



Cada linha do poema é um VERSO.

O conjunto de versos, separado do
restante do poema por um espaço,
chama-se ESTROFE.


Um poema é constituído de três elementos: o fônico, o sintático-semântico e o gráfico-espacial 
- O ritmo e a sonoridade do poema constituem o nível fônico.
- O nível sintático-semântico é a organização das palavras (sintaxe) para criar um sentido (semântica).
- O nível gráfico-espacial refere-se à organização do poema na página.
Os poetas concretistas exploraram muito esse aspecto. Veja abaixo o poema Tensão, do poeta brasileiro Augusto de Campos.

Licença poética

Marisa Lajolo, no livro Palavras de encantamento, fala de poetas, poemas e poesia desta maneira:

"(...) um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas, palavras em fila, palavras desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala do dia a dia. Além de diferentes pela sonoridade e pela disposição na página, os poemas representam uma maneira original de ver o mundo, de dizer coisas (...)"

"(...) poeta é, assim, quem descobre e faz poesia a respeito de tudo: de gente, de bicho, de planta, de coisas do dia a dia da vida da gente, de um brinquedo, de pessoas que parecem com pessoas que conhecemos, de episódios que nunca imaginamos que poderiam acontecer e até a própria poesia! (...)" (Citado no livro Poetas da escola)

      A combinação de recursos da língua, a metrificação e a rima (para quem faz uso) constitui a arte dos poetas. Mas não fica por aí: "A matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique em romper com as normas tradicionais da gramática" (Wikipédia).
     Isso se chama licença poética. A repetição, por exemplo, que é pouco tolerada na prosa, é livremente utilizada pelos poetas. Repetição de palavras, de versos inteiros, de estruturas sintáticas (de que me serve amar / de que me serve chorar). Para não falar da repetição de sons, utilizada para enfatizar o ritmo. Também é tolerada a invenção de palavras, dentro de uma espécie de “delírio verbal” como defende o poeta Manoel de Barros no Livro das Ignorãças (note-se a deformação proposital da palavra ignorância):

“Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos – O verbo tem que pegar delírio ”

Duas figuras de linguagem cruciais

A metáfora é a figura de linguagem mais importante para a poesia. "Com a metáfora, nós falamos de um objeto ou de uma qualidade com palavras que se referem a outros objetos ou qualidades, mas podem ser tomadas emprestadas para fazer comparação. Se dizemos que uma pessoa tem “vontade de ferro”, tomamos emprestada a força do ferro para dizer que aquela pessoa tem uma vontade muito forte” (do livro Poetas da escola). Veja o uso feito por Casimiro de Abreu no poema:

"Meus oito anos".
“(...) O céu bordado d'estrelas, / A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia / E a lua beijando o mar!”


A aliteração – repetição de fonemas – é outro importante recurso, que, junto com a rima, ajuda a criar o ritmo do poema. Cruz e Sousa faz pleno uso da aliteração no poema 

"Violões que choram":
“(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,  vulcanizadas.”


Vá até a página "Material Didático" e confira alguns modelos de poesias! 

Boa leitura e bom trabalho!